mercredi 29 septembre 2021


 

ÁMEN

 a copiosa diversidade da vida é assombrosa mas

tudo sempre o tempo torna rançoso

nada mais, nada menos

dependendo da disposição de espírito 

em que nos encontramos tudo nos pesa

mais ou menos, como uma lousa

desde o primeiro dia em que percebemos

que não há refúgio possível e que tudo

não passa de uma fadiga sem sentido,

um eterno recomeço sem fim 

que já nem surpresa causa

 nada mais , nada menos

só nos resta sofrer, com paciência,

essa fatigada dor antiga; trocar um cilício doloroso

por outro, ainda repesos da falta, contritos do pecado,

sem esbracejar muito ...