jeudi 31 octobre 2019


La longue nuit -
le bruit de l'eau
dit ce que je pense

Gochiku

C'est le Dixième Mois -
nulle part je ne vais
personne ici ne vient

Shôkaku

lundi 28 octobre 2019

dimanche 13 octobre 2019


comme si de rien n'était
les poissons rouges, insouciants,
dans leur bassin exclusif
Josef Koudelka, Greece, 1982
la fille de joie
me regarde avec insistance
chaude est sa barque


Issa

jeudi 10 octobre 2019

samedi 5 octobre 2019

O vagar

Élixir da loucura,
deixa-me como vês,
cantar o que bem quiser
sem instrumento a acompanhar.

Espanto-me, mais que muito,
qualquer que seja o lugar -
tudo é desordem, caos,
incompreensão, anarquia.

O medo afigura-se-me eterno.
Servidão. Dor. Fúria.
Discórdia. Miséria. Ira.
Inveja. Agressão. Maldade.

Chuvas funestas enlutam a terra.
Plantas venenosas inçam o chão.
Em que lugar corre ainda o mel?
Em que lugar crescem flores?


Brutos animais de rijos cornos.
Obedientes, soçobramos, sob o peso da canga.
Lavramos extensões de mar, sob inertes sombras, moventes brisas, como se fosse terra este ermo lugar.

Cruéis os deuses, bárbaros os homens.
Por todo o lado, há cobiça de mandar.
Já não há gosto na alegria, nem consolo no amor.
E também já não há engano na esperança.

Nada se espera dos tímidos amantes.
Em breve, secarão os rios e os campos.
Quiçá o cantar torne a marcha menos dura.
Oxalá não nos mate o frio que faz.