Assise tel un Bouddha -
seul le bruit des vagues
heurte mon crâne
Sentada como um Buda -
apenas o ruído das ondas
percute o meu crânio
Plus un grain de sable -
la plage hâpée
par l'océan
Nem um grão de areia -
a praia engolida
pelo oceano
Des rigoles d'eau irriguent
ce corps pierreux -
le mien, c'est du sang?
Veios de água irrigam
este corpo de pedra -
o meu, será sangue?
Le temps passe
passe le temps -
les vieux traînent des pieds
O tempo passa
passa o tempo -
os velhos arrastam os pés
Assis sur les bancs publics,
face à l'azur -
une brochette de vieux
Sentados nos bancos públicos,
frente ao azul -
alinhamento de velhos
À l'intérieur -
l'odeur de l'encens.
Dehors -
le train qui passe.
Dentro -
o odor do incenso.
Fora -
o comboio que passa.
Ce soir - recroquevillée -
sur le pas de la porte
au R/C de mon corps
Esta noite - enroscada -
no patamar
no R/C do meu corpo
Une perle de rosée
sur l'ongle du gros orteil -
seul vestige de la promenade
Uma pérola de orvalho
na unha do dedo grande -
único vestigio do passeio
4 commentaires:
Sentada como um Buda -
apenas o ruído das ondas
percute o meu crânio
Este é qualquer coisa de excepcional.
p.s- Sim, o Nuno já falou comigo, mas ainda não parei para pensar nisso. obrigado, ainda assim.
obg. No pb. Quando tiver digitalizado os formulários envio-vos. Abraço
Também achei excepcional!!! Lindo!!!
Nem um grão de areia -
a praia engolida
pelo oceano
Isto lembra-me um adágio popular que gosto muito:
“Seja um grão de areia ou uma pedra,
na água ambos se afundam”
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