dimanche 22 janvier 2023



 Parmi les arbres d'hiver

quand la hache s'abattit

m'assaillit le parfum


Buson

vendredi 13 janvier 2023

Katja Lang


 

aube grise,

le brouillard s'est trouvé un ami -

le vent vagabond


jeudi 12 janvier 2023

lundi 9 janvier 2023

 " Passou a solemnidade do Natal, passou o anno de 1905, entramos em pleno anno novo. Um agradável devêr, que se impõe a todos os chronistas [...] induz-me a enviar d'aqui sinceras felicitaçõez aos meus leitores: e para que os meus votos vão com toda a côr local, como convém, segue a saudação em japonez, e junto a respectiva traducção. Essa é a phrase sacramental que por estes dias se troca entre amigos e conhecidos, acompanhada de rasgadas reverencias, ao encontrarem-se na rua ou visitando-se nas casas. Eis a phrase: - Shin nen wa ó-medetô gozarimasu; fui toski wa iroiro arigataku; kon nen mo ai-kawarazu voroshiku; ó-negai môshimasu. (Pelo que respeita ao novo anno, grandes felicitações vos dou; pelo que respeita ao passado anno, por tão variados favores, agradecido; que ainda este anno as nossas relações se não alterem, assim o desejo; esta ardente prece respeitosamente vos communico) [...]."

in Cartas do Japão, de Vencesalu  de Morais, vol.III

dimanche 8 janvier 2023

Era uma vez uma menina, de saúde algo frágil.

Na vida, o que mais adorava era brincar à macaca, ao elástico, às escondidas, na rua, com os seus amiguinhos, ou andar de bicicleta ou de patins, mas como amiúde adoecia, tinha de ficar, resguardada, em casa, assistindo às brincadeiras das outras crianças, pela janela do quarto.

Nessas alturas de reclusão forçada, acontecia-lhe ler muitos livros, que sempre pedia emprestados na biblioteca da escola. Era uma devoradora de livros e quando não lia como um ogre esfomeado, escrevia. 
Escrevia curtas histórias em que vestia a pele da protagonista, heroína invulgar de múltiplas aventuras. Ora sobrevoava, montada em tapetes mágicos, como nos contos das mil e uma noites, cenários surreais de montanhas coloridas, ora percorria, no dorso de um dragão flamejante, florestas exuberantes, ora atravessava desertos lunares. 
Nessas andanças, cotejava os vários personagens, muitos deles vindos direitinhos dos contos de fadas que adorava ler, que povoavam esses seus mundos imaginários. 
Assim, acontecia-lhe dialogar longamente com duendes anões, senhores e donos da floresta, conversar animadamente, bebericando um chá, com animais irreais de tão exóticos que eram, à imagem da Alice no país das maravilhas,  ou  ainda passear de braços dados com plantas exuberantes e majestosas, ao lado dos quais vivia momentos mágicos.
Quando voltava à escola e às alegres brincadeiras com os amigos, acabava por lhes contar, quando se cansavam das correrias, as estórias que tinha anotado no seu caderninho especial. Era uma contadora de histórias muito precoce.