mardi 2 février 2021

 Das vacinas sorrateiras

Se a batotice e o chico-espertismo fossem elevados à categoria de modalidades desportivas olímpicas (o que é legítimo almejar, já que falamos aqui dos nossos desportos nacionais favoritos), teríamos uma invejável concentração de medalhados por km2, somente igualada pelo número de bufos e de chibas, cuja dor de corno, ao verem a medalha pendurada no peito do seu concidadão, é sofrida única e exclusivamente por não conseguirem o mesmo para si.
Somos ruins e ainda nos escandalizamos ao descobri-lo. Somos ruins e o mundo está a ficar perigosa e inexoravelmente parecido connosco!
A indignação dos que não prevaricam ou dos que são comedidos nestas modalidades é certamente legítima, mas é inócua.
A dada altura, é necessário sossegar. A lorpice da má fé de nada adianta!
Ainda que jamais nos habituemos a aceitá-lo, quer sejamos aldrabões ou honestos, batoteiros ou virtuosos, trapaceiros ou impolutos, chicos-espertos ou honrados, sabichões ou íntegros, espertalhões ou idóneos, espertinhos ou dignos, crápulas ou ingénuos, corruptos ou decentes, crapulosos ou honrados, vigaristas ou escrupulosos, ou um pouco de ambos, a seu dia, TODOS daremos o peido-mestre e acabaremos, dormindo de costas, numa caixa de madeira, rumo ao jardim das tabuletas!
Isto não é ilusório. Pelo contrário, é bem concreto!
Não há vacina alguma que nos salve. E o karma costuma ser um cabrão da pior espécie!
Que sossegue, por isso, a escória humana!

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