A solidão é agora grande e amarga.
De uma forma verdadeiramente dececionante,
começo a sentir-me cada vez mais
esvaziada.
Quase a chegar ao árido
impasse de mim mesma.
Ao mesmo tempo, o rebuliço da
alma teimosa é ainda
Incómodo e insolúvel. Nada
basta para encher os dias,
Os longos dias – senão essa furtiva
aflição.
A solidão é agora maior e inexcedível.
Houve uma pausa, é certo, no
curso das coisas.
Uma trégua que fez nascer
esperanças vãs.
Agora, exaustos e desanimados,
já não temos como
Contar as façanhas dos nossos dias,
nem planear projetos
Dourados. Ninguém já quer
aprofundar muito
O que lhe está sucedendo.
Ninguém tenciona dar
Nada a ninguém com quem não
possa estar.
Afinal o que podemos querer
ainda uns dos outros? Nada.
Estamos fatigados e desiluminados.
Alguns de entre nós não se
verão nunca mais, senão
Por acaso. Mais do que isso – não
quereremos nos rever.
Os laços são corrompidos por decisão
ou de supetão.
A disponibilidade ao outro escasseia
Como mercadoria putrescível.
A Amizade é uma palavra, esgotada na prateleira –
um truísmo sem valor, sem senso,
sem emoção ao toque.
Nada.
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