jeudi 21 janvier 2021

 


A solidão é agora grande e amarga.

 

De uma forma verdadeiramente dececionante,

começo a sentir-me cada vez mais esvaziada.

Quase a chegar ao árido impasse de mim mesma.

Ao mesmo tempo, o rebuliço da alma teimosa é ainda

Incómodo e insolúvel. Nada basta para encher os dias,

Os longos dias – senão essa furtiva aflição.

 

A solidão é agora maior e inexcedível.

 

Houve uma pausa, é certo, no curso das coisas.

Uma trégua que fez nascer esperanças vãs.

Agora, exaustos e desanimados, já não temos como

Contar as façanhas dos nossos dias, nem planear projetos

Dourados. Ninguém já quer aprofundar muito

O que lhe está sucedendo. Ninguém tenciona dar

Nada a ninguém com quem não possa estar.

 

Afinal o que podemos querer ainda uns dos outros? Nada.

 

Estamos fatigados e desiluminados.

Alguns de entre nós não se verão nunca mais, senão

Por acaso. Mais do que isso – não quereremos nos rever.

Os laços são corrompidos por decisão ou de supetão.

A disponibilidade ao outro escasseia

Como mercadoria putrescível.

A Amizade é uma palavra, esgotada na prateleira –

um truísmo sem valor, sem senso, sem emoção ao toque.

Nada.

 

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