mardi 29 septembre 2020

 Durante a noite,

a minha coluna vira tronco de carvalho centenário

e o braço direito é o galho onde o cuco fez o ninho.

Imóvel, tolhida, entrevada como se me tivessem vestido

um colete de ferro. Não ouso um gemido e o meu peito,

lentamente se transforma numa laje de betão.

Sou como uma fonte que secou, incapaz de verter uma lágrima.

Mas, se me sangrassem agora, escorreria seiva!

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