Se, como dizes...

Antes, percorri outra vida, no ledo engano de julgar
Tudo saber sobre o Amor e a tormentosa Paixão...


Se, hoje, como dizes, o que sinto não é Amor,
Nem mesmo Paixão... Será, porventura, como dizes,
Comunhão rara e deleitosa!


Será essa Palavra magnética e opulenta,
De esplêndida tristeza repassada de que até
A Terra fecunda e ávida se alimenta,
De que o ar está lautamente repleto...


Será a cor dos rios, do mar e do céu,
Será a lua no luzimento da madrugada,
Será a aurora no frescor da orvalhada,


Serão as sementes juncadas nas amplas terras
Que vão da minha vulva às anchas coxas,
Será a poesia na volúpia da tua boca sedenta,
Será a água no rosto gretado do chão...


E, (re)nascerá esta sublime Palavra,
Radiante a cada manhã luminosa,
E trará Pão, Paz e Festa ao Mundo...