Uns olhos enormes, tristes. Não pedem, olham
Mãos muito pequenas mostram, oferecem
Tanta coisa têm para oferecer, tanto brilho
Tão pouco para receber: moedas perdidas em bolsos...
E os joelhos baixam-se à altura dos olhos
E os olhos comovem-se com o olhar
E as mãos tacteiam o brilho e os bolsos
E os olhos sorriem com o olhar menos triste
No cais, o barco espera e todos partem
Os olhos tristes ficam à espera
De outros barcos, outros olhares que se comovam
E os dias e os anos passam
No cais, uma velha vende pulseiras e anéis e esgotou o olhar...
(Rogério)
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